ISABELLA BETTONI
quem sou eu?
Fotografia: Thalita Amorim (@thalitarte)
Escrevo poesia desde criança, desde que aprendi a escrever. Anotei meus primeiros versos em uma agenda verde de 2002, presenteada pela minha mãe, que sempre me apoiou muito. Lancei meu primeiro livro, “Brincando de fazer poesia” pela Editora Uni Duni em 2008, quando eu tinha 12 anos. O livro foi escrito com textos para crianças em fase de alfabetização, chegou a ganhar o prêmio minha biblioteca de São Paulo e teve 3 reimpressões. O lançamento contou com a presença de Ziraldo e desde então, participei de vários eventos literários e leituras para crianças.
Depois do Brincando, eu passei muitos anos sem conseguir escrever: um medo imenso da palavra. Vieram também as demandas de vestibular, faculdade, trabalho. Eu me formei e mestrei em direito pela UFMG e estou em (contínua) construção como advogada feminista (voluntária, popular, autônoma, associada) e pesquisadora, em estudos que envolvem principalmente epistemologias feministas, feminismos decoloniais e direitos reprodutivos e sexuais. Mergulhei na escrita acadêmica e publiquei o livro "Advocacia insurgente e o combate à violência de gênero: uma experiência na Assessoria Jurídica Popular da Casa de Referência da Mulher Tina Martins", organizei o livro "Nas Entranhas Do Direito: Métodos E Escritas Do Corpo" e escrevi outros capítulos de livros e artigos em periódicos.
Em 2020 me reconectei com a poesia: ler literatura contemporânea escrita por mulheres me ajudou a passar pelos momentos mais difíceis do isolamento social e também perceber que era (e é) possível escrever hoje, nesse Brasil. Fiz várias oficinas de escrita com autoras que admiro muito, conheci mulheres de todo o país e comecei o processo de me (re)conhecer como poeta.
De 2020 pra cá, participei de cinco antologias, com destaque para “Antes que eu me esqueça: 50 autoras lésbicas e bissexuais hoje” da Quintal Edições (2021) e “Coleção Desaguamentos Vol. I - Poesia de autoria feminina” da Editora Escaleras (2021). Além disso, integro hoje a equipe do Portal Fazia Poesia, venci a I edição do evento de batalhas no Festival Poesias que Inundam e tenho textos publicados em diversos portais e revistas como Mulheres que escrevem, Cassandra, Poesia Primata, Terceyro Mundo, Ruído Manifesto, Tamarina, Mormaço, Declama Mulher, Revista La Loba e Revista Minha Voz.
Em 2022, publiquei meu segundo livro, “Não tentar domar bicho selvagem”, pela Quintal Edições, editora independente de Belo Horizonte que só publica mulheres. O lançamento no livro aconteceu na Casa de Referência da Mulher Tina Martins, um espaço de resistência feminista na cidade que acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade e/ou violência. O lançamento fez parte da programação da feira temática da visibilidade lésbica e bissexual e contou com sarau com a presença do @coletivoz, sarau de periferia.
Penso que escrever é coletivo. E minha poesia vem desse lugar fronteiriço, das tentativas de entender o mundo e criar o que nunca foi visto.